Férias merecidas. E lá vou eu animado, rever Portugal. Mas desta vez, uma novidade boa : iria para Coimbra , cidade que não conhecia e assim poderia rever uma amiga minha de infância, a Teresa, que mora por lá . Quando ela soube, ficou toda animada. Passou-me logo o seu número do celular , quis saber onde ficaria , enfim, não poderia ter melhor guia . Passagens compradas, hotel reservado, tudo em cima.
Só que... Três dias antes, recebo uma mensagem dela dizendo que teria que vir ao Brasil, justamente no período, resolver problemas pessoais , coisas de família , era tudo inadiável. Bem, não é fácil desmarcar , ficamos chateados, mas Coimbra me esperaria mesmo assim. Dá sempre aquela sensação de falta , que não haverá outra vez , mas enfim, o jeito é ir. Navegar é preciso , o aeroporto me indica o avião com asas pandas.
Quando chego em Lisboa, à noite, pego um táxi, um português falante, chamado, claro , António. Fica feliz ao saber que escolhi Portugal para minhas férias , quer saber se ficarei só em Lisboa ou iria para outros lugares . Quando disse que iria também para Coimbra, ele foi direto : " mas lá é uma cidade morta ! Não há nada a se fazer por lá !" Aquilo dito tão francamente só aumentou a minha revolta com a peça que o destino tinha causado comigo e com a Teresa . " Se é para comer um cabrito, vá lá ... " Bem, era então um opção.
Passeava pelas ruas da bela Lisboa, ia para o Oceanário, escutava fados, mas não parava de pensar que Coimbra seria um dos maiores micos da minha vida. Vi num programa da RTP um velho dizendo que o melhor festival da canção portuguesa se dava em Figueira da Foz , alguns quilômetros de Coimbra, mas quando perguntei a um outro taxista sobre as atrações atuais de Figueira, o motorista foi direto : " é um balneário, mas não creio que o senhor há de gostar". Liguei então , última chance , para um amigo meu espanhol que sabe tudo de península ibérica. E ele me recomendou uma tal Cidade dos Pequeninos, um lugar com casinhas e palácios em miniatura.
Ou seja, iria para uma cidade morta, perto de um balneário nada, sem a minha amiga, para visitar um parquinho e comer cabrito. Ah, e a previsão do tempo indicava chuva.
Mas eis que chego em Coimbra e não está chovendo. E o rio, o Mondego, é lindo. E é a semana da tal Latada, uma festa estudantil. E há uma bela livraria ,a Bertrand , com moças atenciosas. E não há cabrito e sim deliciosos leitões , com espumantes geladinhos. E de cada beco da cidade histórica , saem moças lindas , felizes , sorridentes . E uma biblioteca maravilhosa, a Joanina , a me encantar. E preços em conta , ladeiras íngremes com visuais de tirar , duplamente, o fôlego . Tudo aquilo me encantava.
Até que chegou a hora de visitar a quinta onde Inês de Castro , tão linda , chorava , até morrer de amor. É agora um hotel sei lá quantas estrelas, com campo de golfe e bmws e mercedes para cima e para baixo. Quando um senhor, da recepção, perguntou-me se poderia me ser útil e disse que não , que procurava uma amiga mas ela tinha ido ao Brasil. E assim, Teresa, fiquei achando que será fácil voltar para Coimbra.
Para a ver, claro, mas porque é uma cidade onde se aprende a dizer saudade.
sábado, 25 de outubro de 2014
sexta-feira, 24 de outubro de 2014
O cisne do Mallarmé
- Un cygne d'autrefois se souvient que c'est lui
Magnifique mais qui sans espoir se délivre
Pour n'avoir pas chanté la région où vivre
Quand du stérile hiver a resplendi l'ennui.
Eu não tenho a menor competência para traduzir esse quarteto do soneto Le vierge, le vivace et le bel aujourd'hui do poeta Stephane Mallarmé . Mas fiquemos no sentido . Um cisne velho, ainda que belo, reconhece sua desesperança. Não partiu para terras quentes e agora sofre o árido inverno, com o seu implacável tédio.
Esse soneto , para os mais apaixonados pela obra de Proust , não é estranho. Afinal, para que Albertine não fugisse, Marcel prometeu- lhe um iate , com essa quadra pintada na proa.
Pode parecer esnobismo, mas vendo pessoas tão calorosas com essa eleição me fez lembrar o mesmo tédio que o cisne de ontem sente.
E o pior, pelo visto teremos um árido inverno pela frente, no próximo ano.
domingo, 12 de outubro de 2014
Dia das crianças
Quando eu era criança é uma frase que os adultos adoram falar, ainda mais no dia de hoje. Eles gostam de recordar um tempo dourado, com brincadeiras o tempo todo, com os pais e avós , com irmãos e primos , com peraltices e coisas engraçadas. Festas de aniversário , cachorros, sustos e parques de diversão. Então vamos lá , eu também quero brincar de quando eu era criança.
Quando eu era criança , São Paulo era uma cidade grande , claro, mas um pouco diferente. Os adultos eram sérios, não se misturavam com os pequenos, não usavam as mesmas roupas, não deixavam as crianças mandarem, era possível jogar taco ( uma espécie fuleira do baseball ) nas ruas , a escola não era tudo, a televisão só algum tempo, futebol nos campinhos e na várzea era o tempo todo, as meninas achavam os meninos chatos e vice-versa . Os vizinhos eram diferentes , suas mães faziam comidas gostosas ; o feijão era de outra cor, as esfihas e as pizzas, as lasanhas e o peixe cru, sem falar na carne de sol. Festas de aniversário tinham os mesmos doces, feitos pelas mães , avós e vizinhas , ganhava-se lenços, meias, cintos e , com alguma sorte, livros , times de botão ou bugigangas.
Se aquele tempo era melhor ? Isso eu não sei. Era um império das imaginações. Escutava-se futebol no rádio e os locutores narravam jogos incríveis, mesmo nos zero a zero. A Jovem Guarda e os Beatles pareciam ser tudo . Os anéis de camelô e as figurinhas, os ioiôs e as revistinhas eram os objetos dos sonhos. Todos mentiam e acreditavam , dormir depois depois das dez horas da noite era impossível.
Depois, muitos anos depois, claro, fui pai e convivi com uma criança muitas horas dos meus dias. Já era outra a cidade, Mesmo assim, tentei, dentro do possível, evitar os excessos de uma radical modernização , a meu ver nociva , no processo de educação. Assim, meu filho aprendeu a ver as horas em relógios de ponteiro , jogava futebol mais que videogame ( isso no começo ) , frequentava o Teatro Municipal , lia e ouvia estórias, aprendeu algarismos romanos, andou desde os seus nove anos sozinho nas ruas, ouviu frases do tipo hoje eu não posso te comprar isso porque não tenho dinheiro, teve a sorte de ser nosso companheiro em todas as viagens que fizemos , enfim, creio eu, teve uma infância feliz.
Mas hoje é hoje. E , assim, penso na criança que fui , que sou e que serei. E como o dia é meu, posso pedir um presente. E já sei que vou pedir. Quero que o tempo passe rápido ( mas só um pouquinho ) para que o meu companheiro de brincadeiras cresça e que possamos ser a dupla mais amiga e inseparável de todas as aventuras. E quando o meu amiguinho falar que os pais deles não deixam ele fazer alguma coisa que não compreendemos o porquê , farei como nos meus tempos de pequeno, não discutirei e sim, vamos brincar de outra coisa ?
E assim, Theo e Rick vão tomar sorvete , chegar atrasados , ter segredinhos, se entenderem só no olhar, ter saudades um do outro, ensinar o que um sabe e outro não, e, claro, convidar o pai dele para brincarmos juntos.
Para todos , um feliz dia das crianças;
Quando eu era criança , São Paulo era uma cidade grande , claro, mas um pouco diferente. Os adultos eram sérios, não se misturavam com os pequenos, não usavam as mesmas roupas, não deixavam as crianças mandarem, era possível jogar taco ( uma espécie fuleira do baseball ) nas ruas , a escola não era tudo, a televisão só algum tempo, futebol nos campinhos e na várzea era o tempo todo, as meninas achavam os meninos chatos e vice-versa . Os vizinhos eram diferentes , suas mães faziam comidas gostosas ; o feijão era de outra cor, as esfihas e as pizzas, as lasanhas e o peixe cru, sem falar na carne de sol. Festas de aniversário tinham os mesmos doces, feitos pelas mães , avós e vizinhas , ganhava-se lenços, meias, cintos e , com alguma sorte, livros , times de botão ou bugigangas.
Se aquele tempo era melhor ? Isso eu não sei. Era um império das imaginações. Escutava-se futebol no rádio e os locutores narravam jogos incríveis, mesmo nos zero a zero. A Jovem Guarda e os Beatles pareciam ser tudo . Os anéis de camelô e as figurinhas, os ioiôs e as revistinhas eram os objetos dos sonhos. Todos mentiam e acreditavam , dormir depois depois das dez horas da noite era impossível.
Depois, muitos anos depois, claro, fui pai e convivi com uma criança muitas horas dos meus dias. Já era outra a cidade, Mesmo assim, tentei, dentro do possível, evitar os excessos de uma radical modernização , a meu ver nociva , no processo de educação. Assim, meu filho aprendeu a ver as horas em relógios de ponteiro , jogava futebol mais que videogame ( isso no começo ) , frequentava o Teatro Municipal , lia e ouvia estórias, aprendeu algarismos romanos, andou desde os seus nove anos sozinho nas ruas, ouviu frases do tipo hoje eu não posso te comprar isso porque não tenho dinheiro, teve a sorte de ser nosso companheiro em todas as viagens que fizemos , enfim, creio eu, teve uma infância feliz.
Mas hoje é hoje. E , assim, penso na criança que fui , que sou e que serei. E como o dia é meu, posso pedir um presente. E já sei que vou pedir. Quero que o tempo passe rápido ( mas só um pouquinho ) para que o meu companheiro de brincadeiras cresça e que possamos ser a dupla mais amiga e inseparável de todas as aventuras. E quando o meu amiguinho falar que os pais deles não deixam ele fazer alguma coisa que não compreendemos o porquê , farei como nos meus tempos de pequeno, não discutirei e sim, vamos brincar de outra coisa ?
E assim, Theo e Rick vão tomar sorvete , chegar atrasados , ter segredinhos, se entenderem só no olhar, ter saudades um do outro, ensinar o que um sabe e outro não, e, claro, convidar o pai dele para brincarmos juntos.
Para todos , um feliz dia das crianças;
sexta-feira, 10 de outubro de 2014
Bovary somos nós
Eu não estou com o livro aqui, talvez esteja na minha casa, mas não iria achá-lo, aliás, eu nem sei se posso confiar tanto na minha memória. E, claro, também desconfio que o episódio não tem nada a ver.
Ou tem ? É que dei uma rápida olhada nos programas dos candidatos na televisão e tentei entender o que é esse tal marketing político. Bem, a palavra marketing vem, só pode ser, de market, isto é, mercado. E antigamente não havia mercados , nem super, nem mercadinhos, nem mercadões. Eram as feiras livres ( que ainda existem, apesar das ciclofaixas e do delivery 24 horas. Aí que me lembrei de um dos capítulos iniciais de Madame Bovary, do Flaubert . Sem querer estragar o prazer de quem ainda não leu essa beleza , Emma Bovary, a Madame em questão , era uma bela moça , casada com um chato , mas boa praça, e vivia entediada . Pois vendo , pela janela, uma feira livre, cheia de caipiras e sujeitos sem nenhuma classe , notou a chegada de um homem maravilhoso, vestido num terno ( ou outro traje ) verde e amarelo . Era Rodolfo. Logo ficou animada com a possibilidade de dar um up.
Esse capítulo parece meio fraco , quando pensamos no seguinte . Pois aí rola uma Exposição Agrícola e Rodolfo leva a jovem senhora para uma sala vazia da Prefeitura e, enquanto as autoridades escolhem os melhores adubos, os dois fazem aquilo que os franceses chamam amour.
Ou seja , depois do marketing político, a eleição e o prazer vem sempre a realidade. Para Emma, dívidas e outros rolos. Para nós, o mesmo.
Mas talvez eu esteja equivocado.
Ou tem ? É que dei uma rápida olhada nos programas dos candidatos na televisão e tentei entender o que é esse tal marketing político. Bem, a palavra marketing vem, só pode ser, de market, isto é, mercado. E antigamente não havia mercados , nem super, nem mercadinhos, nem mercadões. Eram as feiras livres ( que ainda existem, apesar das ciclofaixas e do delivery 24 horas. Aí que me lembrei de um dos capítulos iniciais de Madame Bovary, do Flaubert . Sem querer estragar o prazer de quem ainda não leu essa beleza , Emma Bovary, a Madame em questão , era uma bela moça , casada com um chato , mas boa praça, e vivia entediada . Pois vendo , pela janela, uma feira livre, cheia de caipiras e sujeitos sem nenhuma classe , notou a chegada de um homem maravilhoso, vestido num terno ( ou outro traje ) verde e amarelo . Era Rodolfo. Logo ficou animada com a possibilidade de dar um up.
Esse capítulo parece meio fraco , quando pensamos no seguinte . Pois aí rola uma Exposição Agrícola e Rodolfo leva a jovem senhora para uma sala vazia da Prefeitura e, enquanto as autoridades escolhem os melhores adubos, os dois fazem aquilo que os franceses chamam amour.
Ou seja , depois do marketing político, a eleição e o prazer vem sempre a realidade. Para Emma, dívidas e outros rolos. Para nós, o mesmo.
Mas talvez eu esteja equivocado.
sábado, 20 de setembro de 2014
Carta para o Theo
Theo, bom dia. Esta é a primeira carta que recebes. Não tem problema se tu dormes agora; terás muito tempo para lê-la. Sou o teu avô Ricardo, o Rick. E hoje, sábado, faz duas semanas que nos vimos pela primeira vez. Vejo-te em fotos, pareces tranquilo e feliz. Estás rodeado de amor . Isto é que importa.
És primeiro em muita coisa. Primeiro neto, primeiro aniversariante em setembro da família , primeiro cara com nome iniciado com a letra T .Isto de letras , para mim, é muito importante. Desde pequeno gostava de acrósticos (aqueles poemas cujas primeiras letras das estrofes viram outra palavra ) . Hoje gosto de aliterações ( quando a frase tem sons parecidos ) e de tropos ( um dia , o teu pai te explica tudo isso ). Por isso, peguei o teu nome e comecei a estudá-lo. T, já disse, não tem igual. Mas H me lembra a minha avó Hertha , uma alemoa dura, firme, que foi uma das minhas maiores inspirações. Tu tens sorte, tens todos os avós . Eu tive só a velha Hertha , mas ela valia por muitos . Aprendi com ela a correção, a dedicação, a honestidade .
Logo vem a letra E, de Edmar, o meu pai, avô do teu. Pergunte para ele se não foi um ótimo avô . Theo, ^teu bisavô desenhou histórias em quadrinhos para o teu pai, fazia muitas viagens com ele , foram até o Chile e ele queria falar em inglês porque não entendi o espanhol ! Vou tentar ser um avô tão bom quanto ele, mas sei que é muito difícil.
E , por fim, tens o O . Queria me lembrar da minha mãe , que te fez vários casaquinhos de lã . Ela era uma Oliveira, o nosso lado português, emotivo, saudoso , choroso , quase uma letra de fado. Tu irás conhecer outros Oliveiras , eles moram todos no Rio Grande do Sul . Tu verás muitos , muitos primos. Aquela turma não acredita em filhos únicos como nosso bando de cá . As casas são sempre cheias, parece que há festas todos os dias. Aliás, deves estar estranhando porque te chamo de tu. É que a tua avó Marli , a Oliveira, era gaúcha e morou mais de cinquenta anos em São Paulo, mas nunca largou este jeito de falar, de tu e não você. Ela não ficou para te conhecer aqui porque queria mandar no teu anjo da guarda , lá em cima.
Teu avô Rick vai te contar sempre as mesmas estórias.A tua avó Denise pode confirmar, rindo . A de um homem que passa o dia inteiro andando por Dublin e pensa que está viajando de volta para a casa na Grécia . A do rapaz que , toda vez que comia um biscoitinho se lembrava da sua infância ; de um sujeito que conheceu uma menina no interior da Rússia e não quis namorar com ela e depois se arrependeu. De um moço que nunca se esqueceu de um trenó chamado Rosebud. E vai te fazer escutar uma música de um tal Mahler e um disco chamado Exile. Um dia, bem sei, tu irás ficar entediado com esse meu jeito. Mas , depois, tu te lembrarás com saudade desse tempo.
Theo, bem-vindo sejas !
PS : Ah, achei o T do teu nome. E vem numa frase com aliteração e com tropo. Sim, Theo, tu és tudo para mim.
És primeiro em muita coisa. Primeiro neto, primeiro aniversariante em setembro da família , primeiro cara com nome iniciado com a letra T .Isto de letras , para mim, é muito importante. Desde pequeno gostava de acrósticos (aqueles poemas cujas primeiras letras das estrofes viram outra palavra ) . Hoje gosto de aliterações ( quando a frase tem sons parecidos ) e de tropos ( um dia , o teu pai te explica tudo isso ). Por isso, peguei o teu nome e comecei a estudá-lo. T, já disse, não tem igual. Mas H me lembra a minha avó Hertha , uma alemoa dura, firme, que foi uma das minhas maiores inspirações. Tu tens sorte, tens todos os avós . Eu tive só a velha Hertha , mas ela valia por muitos . Aprendi com ela a correção, a dedicação, a honestidade .
Logo vem a letra E, de Edmar, o meu pai, avô do teu. Pergunte para ele se não foi um ótimo avô . Theo, ^teu bisavô desenhou histórias em quadrinhos para o teu pai, fazia muitas viagens com ele , foram até o Chile e ele queria falar em inglês porque não entendi o espanhol ! Vou tentar ser um avô tão bom quanto ele, mas sei que é muito difícil.
E , por fim, tens o O . Queria me lembrar da minha mãe , que te fez vários casaquinhos de lã . Ela era uma Oliveira, o nosso lado português, emotivo, saudoso , choroso , quase uma letra de fado. Tu irás conhecer outros Oliveiras , eles moram todos no Rio Grande do Sul . Tu verás muitos , muitos primos. Aquela turma não acredita em filhos únicos como nosso bando de cá . As casas são sempre cheias, parece que há festas todos os dias. Aliás, deves estar estranhando porque te chamo de tu. É que a tua avó Marli , a Oliveira, era gaúcha e morou mais de cinquenta anos em São Paulo, mas nunca largou este jeito de falar, de tu e não você. Ela não ficou para te conhecer aqui porque queria mandar no teu anjo da guarda , lá em cima.
Teu avô Rick vai te contar sempre as mesmas estórias.A tua avó Denise pode confirmar, rindo . A de um homem que passa o dia inteiro andando por Dublin e pensa que está viajando de volta para a casa na Grécia . A do rapaz que , toda vez que comia um biscoitinho se lembrava da sua infância ; de um sujeito que conheceu uma menina no interior da Rússia e não quis namorar com ela e depois se arrependeu. De um moço que nunca se esqueceu de um trenó chamado Rosebud. E vai te fazer escutar uma música de um tal Mahler e um disco chamado Exile. Um dia, bem sei, tu irás ficar entediado com esse meu jeito. Mas , depois, tu te lembrarás com saudade desse tempo.
Theo, bem-vindo sejas !
PS : Ah, achei o T do teu nome. E vem numa frase com aliteração e com tropo. Sim, Theo, tu és tudo para mim.
quinta-feira, 11 de setembro de 2014
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